Referência Nacional em Agroecologia, o engenheiro Agrônomo Sebastião Pinheiro autor e coautor de diversas publicações que defendem a agroecologia como proposta de vida e preservação da vida humana e ambiental esteve na tarde da última quinta-feira (28/nov) em Mampituba proferindo uma palestra que levou um bom público ao Salão São José Operário. A iniciativa da palestra foi da Administração Municipal com o apoio Núcleo Litoral Solidário da Rede Ecovida de Agroecologia e Centro Ecológico, não tendo nenhum custo para o município.
Durante uma fala que durou duas horas e vinte minutos ininterruptos, Sebastião Pinheiro proferiu sua palestra que teve como tema “Agricultura Oncológica e o Agronegócio Contra o Bem Viver da Agricultura Familiar”, destacando aspectos da origem da vida e a importância de sua preservação. Em muitos momentos salientou a origem dos agrotóxicos, que segundo ele todos são originários das armas químicas de guerra e posteriormente foram adaptados para que pudessem ser utilizados no agronegócio.
Outro assunto muitas vezes abordado por Sebastião Pinheiro foi o desaparecimento das abelhas devido ao uso de agrotóxicos, onde milhões delas morrem anualmente o que comprometerá no futuro a polinização das plantas. No final da palestra, o escritor apresentou seu último livro ”Agroecologia 7.0”, publicação que traz conteúdos atualizados sobre farinhas de rochas, biofertilizantes, biochar e agrohomeopatia, abordando também as relações necessárias para a promoção da saúde do solo e a importância dos seres ultrassociais para a construção da agricultura. O saber camponês e a espiritualidade também são tratados ao longo das 663 páginas do livro.
Quem é Sebastião Pinheiro?
Sebastião Pinheiro é Técnico Agrícola pela Unesp, Jaboticabal/SP, 1967; Engenheiro Agrônomo, Universidad Nacional de La Plata (UNLP), 1973. Pós-graduado em Engenharia Florestal, na Escola Superior de Bosques, UNLP, Argentina, 1975. Foi delegado brasileiro no Codex Alimentarius das Nações Unidas em Haia, na Holanda. Pós-graduado em Toxicologia, Poluição Alimentar e Meio Ambiente na Bundesanstalt für Getreide-, Kartoffel- und Fettforschung (BAGKF), Alemanha, 1983. Investigou em Tucuruí o uso clandestino de herbicidas (Agente Blanco e Agente Laranja), em 1985.
É autor e coautor de diversas publicações: “Agente Laranja em uma República de Banana”, “Biotecnologia: muito além da revolução verde” (por Henk Hobbleink, tradução e contribuição), “Agricultura Orgânica e Máfia dos Agrotóxicos no Brasil” (em parceria com Dioclecius Luz e Nasser Youssef Nasr); “Ladrões de natureza”; “Saúde no solo versus Agronegócios”. Traduziu de “Panes de Piedra” de Julius Hensel e “Húmus” de Selman Waksman.
Em 1990, iniciou os trabalhos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na Pró-Reitoria de Extensão Universitária e posteriormente no Núcleo de Economia Alternativa da Faculdade de Ciências Econômicas como enlace com os movimentos sociais (MPA, MST, MMC e outros) até sua aposentadoria. Ativista científico em agricultura saudável, cromatografia de Pfeiffer e agroecologia camponesa.